O Modernismo brasileiro faz parte de um movimento internacional, o Modernismo, que teve início no século XIX, e teve influência na literatura, nas artes plásticas, no design, no teatro, na música e outros campos da cultura. A ideia básica do Modernismo era romper com as antigas tradições e criar uma nova cultura, em nome do progresso.
A Modernidade está relacionada com o Modernismo. Alguns defendem que a Modernidade, tenha
iniciado juntamente com a Revolução Industrial, outros acreditam que desde o
final das Grandes Navegações havia uma preocupação com o uso da tecnologia. Em todo caso, a Modernidade buscava romper com antigas formas de concepção de mundo, e isso teria reflexo nas produções artísticas do ocidente, entre elas a literatura.
Na literatura, Charles Baudelaire (1821-1867) é considerado o precursor
da poesia moderna, com o seu As Flores do Mal (Les fleurs du mal, 1857).
No Brasil, o Modernismo teve seu início bem
delimitado pela realização da Semana de Arte Moderna (ou Semana de 22), que ocorreu de 11 a 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal da cidade de São Paulo. A principal característica do Modernismo brasileiro é a liberdade de estilo. Como o Modernismo brasileiro teve início décadas após os movimentos modernistas europeus terem começado, ele foi influenciado por tendências como o Futurismo e o Cubismo, que já estavam em consolidação.
Para fins didáticos, costuma-se dividir o período modernista brasileiro em três gerações:
1) A primeira geração (1922-1930) é considerada a mais agressiva e destruidora, pois o objetivo, levantando por meio dos manifestos, era romper com o passado e marcar o lugar dos artistas modernistas no cenário brasileiro. A ironia e o sarcasmo são características das obras literárias desse período, bem como o nacionalismo, a exaltação do indígena e da linguagem coloquial e a crítica social. Entre os autores desse período, merecem destaque Oswald de Andrade com o seu Manifesto da Poesia Pau-Brasil, e Mário de Andrade, que com o seu Paulicéia Desvairada (1922) inaugura a poesia modernista brasileira.
2) A segunda geração (1930-1945) pode ser considerada construtiva, em oposição ao rompimento radical com o passado, expresso pela primeira geração. A base modernista já havia sido estipulada pela geração da Semana de 22, portanto, a segunda geração ampliou e aperfeiçoou a gama temática do movimento modernista, com obras de cunho filosófico e religioso. Também fora muito presente na segunda geração a preocupação sociopolítica, com uma visão crítica da realidade. Alguns dos autores com maior importância na segunda geração modernista são Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Graciliano Ramos, Cecília Meireles e Jorge Amado. No vídeo a seguir, parte de uma série de vídeos comemorativos do centenário de Vinícius de Moraes em 2013, o músico Rodrigo Amarante (ex-integrante da banda Los Hermanos) declama um excerto do poema "Ternura", do poeta:
3) A terceira geração (1945-1980) foi influenciada pelas transformações sociais daquela época, como o fim da Era Vargas e o início da ditadura militar. Foi marcada por obras intimistas, de teor psicológico. Também foi uma geração marcada pelo regionalismo e pela negação de algumas características modernas, como a liberdade formal, sátiras e ironias. Seus maiores expoentes são João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Clarice Lispector e Graciliano Ramos.
REFERÊNCIAS
ALMANAQUE FOLHA ESPECIAL. Semana de Arte Moderna (original de 1978). Disponível em http://almanaque.folha.uol.com.br/semana22.htm Acesso em 19 fev. 2014.
INFOESCOLA. Semana de Arte Moderna. Disponível em http://www.infoescola.com/artes/semana-de-arte-moderna/ Acesso em 19 fev. 2014.
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