O poema "Garoa do Meu São Paulo" faz parte do livro Paulicécia Desvairada (1922) de Mário de Andrade.
Nele podemos destacar algumas características do Modernismo brasileiro, principalmente da sua primeira geração.
Garoa do Meu São Paulo - em Paulicéia Desvairada, 1922.
Mário de Andrade
Garoa do meu São Paulo,
-Timbre triste de martírios-
Um negro vem vindo, é branco!
Só bem perto fica negro,
Passa e torna a ficar branco.
Meu São Paulo da garoa,
-Londres das neblinas finas-
Um pobre vem vindo, é rico!
Só bem perto fica pobre,
Passa e torna a ficar rico.
Garoa do meu São Paulo,
-Costureira de malditos-
Vem um rico, vem um branco,
São sempre brancos e ricos...
Analisando o poema, podemos destacar a forma como os versos são construídos, sem rimas, e com a presença de versos livres.
O poeta emprega a repetição de elementos (garoa, negro, branco, etc) para criar efeito de repetição de rostos e pessoas típico de uma cidade moderna, como São Paulo já era naquela época. Há espaço para a crítica social, quando ele fala de pobres e ricos, e para a denúncia do racismo brasileiro, em uma época em que isso era tabu. Ele finaliza o poema com certa melancolia diante da realidade que enxerga: a garoa tanto pode ser aquilo que impede de enxergar na grande cidade como as lágrimas de tristeza.
Essa visão da cidade grande, São Paulo, era compartilhada por outros artistas da Semana de 22. A pintora Tarsila do Amaral (1886-1973) fez parte desse movimento modernista brasileiro. A obra "Operários", datada de 1933, ilustra bem a pluralidade de etnias que construiram a cidade de São Paulo.
Texto complementar:
Para estudo de como o modernismo chegou as outras regiões do país, sugerimos a leitura do artigo de Maria A. N. Arruda: Modernismo e regionalismo no Brasil: entre inovação e tradição Nele a autora trata de manifestações do modernismo na literatura brasileira no Nordeste, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Essa visão da cidade grande, São Paulo, era compartilhada por outros artistas da Semana de 22. A pintora Tarsila do Amaral (1886-1973) fez parte desse movimento modernista brasileiro. A obra "Operários", datada de 1933, ilustra bem a pluralidade de etnias que construiram a cidade de São Paulo.
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Quadro "Operários", Tarsila do Amaral, 1933, óleo sobre tela 150x205cm. |
Para estudo de como o modernismo chegou as outras regiões do país, sugerimos a leitura do artigo de Maria A. N. Arruda: Modernismo e regionalismo no Brasil: entre inovação e tradição Nele a autora trata de manifestações do modernismo na literatura brasileira no Nordeste, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
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